O dia 20 de março, é o dia da análise do comportamento aplicada. E neste dia tão importante para os terapeutas que também são analistas do comportamento, como é o meu caso , e se apoiam também nessa ciência para aprimorar suas técnicas, nada melhor que celebrar esse dia bem informado!
E afinal, o que é a análise do comportamento aplicada (ABA)?
Ao contrário do que muitos dizem, a famosa ABA, não é um método de intervenção. A análise do comportamento é um campo amplo e variado de estudo científico que inclui a análise do comportamento teórica e conceitual, a análise do comportamento básica e experimental e muitas áreas de trabalho aplicadas.
Mas como é na prática?
A análise do comportamento aplicada pretende estudar, analisar e intervir em comportamentos observáveis e socialmente relevantes, obedecendo a 7 parâmetros, para ser considerada uma intervenção baseada em ABA: a intervenção deve ser comportamental, analítica, aplicada, eficaz, generalizável, conceitual e tecnológica.
Por que devemos considerar a ABA no tratamento de crianças com autismo?
Porque de acordo com as pesquisas mais recentes, incluindo o mais recente manual de práticas baseadas em evidências publicado em 2014, concluíram que de um total de 27 práticas baseadas em evidência, 23 são baseadas em ABA, ou seja, derivaram dos princípios da ciência ABA, o que a torna hoje a ciência com o maior número de evidências no ensino de repertório e melhora da qualidade de vida de pessoas autistas. Mas a ABA pode na verdade funcionar para qualquer outra pessoa.
Mas por que ouvimos também tantos comentários negativos sobre as práticas da ABA no dia a dia, para além dos artigos e publicações que demonstram o contrário?
Bom, é possível afirmar que a regulamentação da profissão do analista do comportamento, é muito nova aqui no Brasil. Ela existe desde julho de 2020 e antes disso, ao menos aqui no Brasil, os terapeutas e famílias sofriam com essa falta de regras e regulamentação. Não havia indicação de horas mínimas de supervisão para os casos atendidos, não havia uma hierarquia bem estabelecida no Brasil, não havia uma sugestão de grade curricular para os cursos ministrados no Brasil, entre muitos outros problemas que vocês já conhecem. Tínhamos apenas a referência da regulamentação realizada nos EUA e todos os profissionais realmente sérios, seguiam essas condutas e inclusive, muitos terapeutas brasileiros que tinham condições, foram tirar a acreditação fora do Brasil.
Por isso, fiquem todos atentos aos critérios da ABPMC (Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental) para checar se a intervenção do seu pequeno (a) é mesmo baseada em ABA e se todos os profissionais estão de fato alinhados com a regulamentação que é consenso entre analistas do comportamento no Brasil.
Por Letícia Sena - (CRFA 2-21234)